quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Nicolau Copérnico - Biografia

Nicolau Copérnico, famoso astrónomo e matemático polaco que viveu entre os séculos XV e XVI. Seu nome está ligado à defesa do heliocentrismo, a teoria que afirma que o Sol é o centro do Sistema Solar, opondo-se assim ao geocentrismo, a teoria aceite na época, e que afirma que a Terra é que está no centro. É bastante significativo o contributo deste astrónomo para o desenvolvimento da astronomia. Vamos conhecer um pouco sobre sua vida e obra, nesta biografia resumida.
Nicolau Copérnico nasceu em Torun, na Polónia, em 19 de Fevereiro de 1473. Perdeu o pai quando tinha apenas 10 anos de idade, ficando a partir daí à guarda de um tio. Aos 18 anos, depois de ter estudado em escola religiosa,
Copérnico matricula-se na Universidade de Cracóvia. Aos 24 anos de idade foi para Itália, para a Universidade de Bolonha como estudante de Direito Canónico.
Em 9 de Março de 1497, em Bolonha, Copérnico realiza sua primeira observação que consistia na ocultação (eclipse) da estrela Aldebaran.
Em 1500 foi convidado a ensinar matemática e astronomia na Universidade La Sapienza, em Roma.
Continuando seus estudos, ele cursou também medicina, em Pádua, sendo conhecido como médico por seus contemporâneos.
Em 1503 recebeu o doutorado em Direito Canónico.
Copérnico tornou-se cónego da Catedral de Frauenburg. Nesta cidade Copérnico constrói seu observatório astronómico.
Dada a sua fama como astrónomo, em 1514 foi convidado pelo V Concilio de Latrão para contribuir para a reforma do calendário, convite esse que acabaria por ser recusado.
Entretanto, Copérnico escreveu a sua obra de nome “Commentariolus“, onde já consta a sua ideia sobre o heliocentrismo.
 
 

Galileu Galilei - poema de António Gedeão

Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… Eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!

Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar - que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeca
sem a menor hesitação -
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas - parece que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai, Galileo!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos.